terça-feira, 8 de março de 2016

Quantas vezes

Quantas vezes passei por ti 
Em contenção de vontade 
Vontade de te abraçar e beijar 
E sussurrar que no meu coberto 
Mais ninguém te trará mal 

Quantas vezes pensei em ti 
Carregado de dôce saudade
Saudade dos olhos do teu olhar
E soltando um grito deste aperto 
De que te reencontrarei afinal. 



Porque volto

Porque volto sempre mais uma vez
Para calcar esse odor da terra molhada
No vento urzeado que um criador livre fez
Quase afogando esta pele nua afagada?

Não há cansaço que derrote a paixão 
Cá por dentro de uma alma atraída 
Mesmo que lá por cima, faça da corga caixão 
Se não houver mais...do que uma saída.

Que fenómeno me leva, cansaço acima
Arrastando corpo pesado, ao encontro teu?
Sou o desvio no trilho e embaraço no clima
Sem ti, acabado, a perder-me...no breu.